Jubileu dos Presbíteros da Província Eclesiástica de Diamantina
Peregrinar é próprio do povo de Deus. Desde o Êxodo até as diversas romarias em nossas paróquias, somos um povo em constante caminhada. Nesse espírito , entre os dias 19 e 22 de maio, realizou-se, no Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus, em Diamantina (MG), o Jubileu dos Presbíteros da Província Eclesiástica de Diamantina.
Estiveram presentes (arce)bispos, padres e diáconos das dioceses de Almenara, Araçuaí, Teófilo Otoni e Guanhães, sufragâneas da Arquidiocese de Diamantina.
Colocar-se a caminho nunca é fácil. A peregrinação desestabiliza, exige renúncia e enfrenta inúmeros obstáculos. Deixar os afazeres paroquiais, as demandas arquidiocesanas e as missões cotidianas para percorrer as estradas sinuosas até Diamantina é sempre um desafio. Durante esses dias, todos fomos peregrinos: bispos, presbíteros e diáconos.
O Jubileu do Clero integrou a programação jubilar das Igrejas particulares. Com o tema “Presbíteros: construtores de esperança”, foi-nos proposto um itinerário de formação e espiritualidade para vivenciar, de modo concreto, a esperança que não decepciona.
O primeiro dia do encontro foi conduzido por Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, bispo de Camaçari (BA), que ofereceu uma profunda reflexão sobre a sinodalidade e o papel essencial dos presbíteros na construção de uma Igreja sinodal. “Sem os presbíteros, não há sinodalidade”, afirmou Dom Dirceu, e ainda citou Dom Cláudio Hummes: “A Igreja caminha com os pés dos padres”. Dom Dirceu destacou ainda que o presbítero exerce um serviço semelhante ao de um maestro, cuja missão é valorizar e conduzir os diversos ministérios da comunidade.
A segunda estação desta peregrinação jubilar foi conduzida pela Madre Escolástica Ottoni, Abadessa do Mosteiro de Santa Maria, em São Paulo. Ela ofereceu profundas meditações sobre a Palavra de Deus, propondo como eixo reflexivo o trecho dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) e o Salmo 70.
Segundo a religiosa, “os presbíteros são homens da Palavra” e, por isso, vivem uma experiência de dupla escuta: “mergulham na Palavra de Deus que se torna palavra nossa e, ao mesmo tempo, nossa palavra que se torna Palavra de Deus”.
A jornada configurou-se como um tempo fecundo de fraternidade, reconciliação, espiritualidade e formação.
Ao participarmos da Eucaristia nas Igrejas jubilares de Diamantina — a Catedral de Santo Antônio da Sé e a Basílica do Sagrado Coração de Jesus — retornamos aos nossos compromissos cotidianos transparecendo a esperança que não desilude.
Pe. Thúlio Gabriel Neris de Souza
Arquidiocese de Diamantina